Um pouco de Guilherme de Almeida

Coração 

Lembrança, quanta lembrança
Dos tempos que lá se vão!
Minha vida de criança,
Minha bolha de sabão!

Infância, que sorte cega,
Que ventania cruel,
Que enxurrada te carrega,
Meu barquinho de papel?

Como vais,como te apartas,
E que sozinho que estou!
Ó meu castelo de cartas,
Quem foi que te derrubou?

Tudo muda, tudo passa
Neste mundo de ilusão;
Vai para o céu a fumaça,
Fica na terra o carvão.

Mas sempre, sem que te iludas,
Cantando num mesmo tom,
Só tu, coração, não mudas
Porque és puro e porque és bom!

(Guilherme de Almeida)

Este artigo foi publicado na sábado, 14/04/2012 às 9:23 na categoria Poesias em geral.

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1 Comentário

  1. hennyribeiro1@gmail.com diz:

    Seu comentário…Que saudades deste tempo!!!!!!

    14/04/2012

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