Aceitação da doença, da velhice e da morte…
(Livro: “Mostra-me teu rosto”, de Frei Inacio Larranaga)
“Sao três corcéis negros que arrastam o homem por uma ladeira até o fundo do abismo. Sao três feras que apertam o homem pela garganta para o asfixiarem.
Da mesma maneira que o dia está às portas da noite, tudo o que começa está destinado a terminar. E tudo o que nasce, morre, passando normalmente pela ante-sala da doença ou da velhice.
Quando chega ao mundo, o homem levanta a cabeça, abre os olhos e da de cara como pano de fundo que nunca mais vai desaparecer de sua vista: a morte. Sente-se essencialmente limitado e destinado a morrer. Dai nasce a angústia. A única maneira de vencer a angústia e abandonar toda resistência e aceitar as fronteiras intransponíveis, entregando-se o homem nas maos do pai que organizou assim a existência.
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Só vivemos uma vez. Como seria bom fazer esta única excursão com plena sensação de bem-estar e de saúde. Mas as doenças espreitam o homem como velhas sombras, em cada esquina, esperando cada uma sua vez: desaparece uma para surgir outra, num rodar incessante…
O problema da doença não é o desequilíbrio biológico, mas a resistência mental. Nós devemos lutar com tudo que estiver ao nosso alcance, mas se os resultados de nossos esforços forem negativos, devemos aceitá-los e nos entregarmos ao Pai.
Na velhice aparecem os temores e fantasias sobre como será a morte. Na velhice comeca a despedida da vida, do vigor, da beleza, da saúde.
Tanto na luta quanto no abandono é nas mãos do Pai que estamos e apenas deveríamos dizer: Faça-se a Vossa vontade!
Quando aceitamos as limitações somos lançados nos braços do Infinito, nos braços do Eterno. Assim então a angústia se transforma em Paz.”